13
Outubro
Belém
Curiosidade - a visão dos cães
Confira o texto
Por: Prof. José Ledamir Sindeaux Neto
Os olhos são órgãos sensoriais extremamente sendo basicamente, uma projeção cerebral, que evoluíram desde pontos primitivos sensíveis à luz em invertebrados até o que nós conhecemos nos animais com olhos mais aprimorados, como mamíferos e aves.
Na maioria dos animais, a visão é um componente de importância fundamental para atividades simples como ficar de pé e caminhar até atividades mais complexas e fundamentais à manutenção das espécies, como a atuação em seus respectivos nichos ecológicos.
A análise das características e o processamento da informação visual ocorrem progressivamente à medida que os sinais visuais são transmitidos ao tálamo, ao colículo rostral do mesencéfalo e ao córtex visual (Ambos localizados no encéfalo).
A estrutura mais externa ao globo ocular é a córnea, que é transparente, permitindo a passagem da luz que em seguida passa por dois compartimentos, a câmara anterior e a câmara posterior, que estão preenchidas com humor aquoso (um líquido semelhante à água que supre a córnea e cristalino com nutrientes). Entre estas câmaras, encontramos a Íris, que funciona como um diafragma que varia de tamanho graças a presença fibras musculares lisas dilatadoras e constritoras (“abrem e fecham”, semelhantes ao funcionamento dos diafragmas de câmeras fotográficas), que podem alterar o diâmetro da pupila (orifício na íris por onde a luz consegue passar em direção à retina).
Mais internamente, logo atrás da íris e pupila, encontramos o cristalino que é o grande responsável por proporcionar poder de focalização variável, de acordo com a distância em que os objetos se encontram dos olhos diferentemente da córnea que é uma estrutura de foco fixo. Após o cristalino, existe a câmara vítrea, que é um grande espaço ocular preenchido por um líquido gelatinoso, denominado humor vítreo e ao “fundo do olho”, atrás do humor vítreo está a camada neural da retina, onde a luz que é uma radiação pode ser captada e transformada em estímulos elétricos aos neurônios.
A retina mais de 100 milhões de foto-receptores (cones e bastonetes) que após estímulo liberam neurotransmissores (mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios) inversamente proporcional a intensidade luminosa, ou seja libera mais neurotransmissores em condições de escuridão e menos na presença de mais radiação luminosa.
Esse sinal é transmitido depois à cadeia de células bipolares e células ganglionares e seus respectivos prolongamentos axonais (axônio: prolongamento único e alongados de neurônios) que formam o nervo óptico.
Existem dois tipos de fotorreceptores: cones e bastonetes, assim denominados em razão de seus formatos.
Os bastonetes representam 95% das células fotorreceptoras e estes são 300 vezes mais sensíveis à luz que os cones. Além disso, centenas de bastonetes enviam sinais para cada célula ganglionar, amplificando seu efeito estimulador, sendo essenciais à visão noturna.
Os cones permitem a percepção de cores, mas para isso precisam de maior intensidade luminosa (em condições de pouca luz é “impossível” determinar corretamente as cores). Nos humanos, cada cone tem um pigmento sensível principalmente à cor azul, verde ou vermelha, enquanto que nos cães, cada cone é sensível a comprimentos de onda na faixa violeta ou verde-amarelo.
O sistema visual é capaz de misturar e contrastar o efeito de cada cone. Desse modo, a cor é a interpretação cerebral das diferenças de comprimentos de onda da luz.
Pensado no que acabamos de ler, o famoso mito de que “os cães enxergam em preto e branco” cai por terra. Na verdade, os cães enxergam colorido sim, mas a interpretação de cores para eles é diferente de nós humanos, devido a presença de apenas dois tipos de cones nos cães e com capacidades de absorção luminosa diferentes.
Apesar dos cães não conseguirem interpretar toda a aquarela de cores como nós, eles enxergam muito melhor em condições de pouca luz por apresentarem mais bastonetes e ainda uma estrutra chamada de Tapetum Lucidum, que é uma superfície reflexiva atrás da retina e que reflete a luz atrás dela (responsável pelo brilho que os olhos dos cães apresentam à noite), além de apresentarem ma visão periférica muito mais ampla devido o posicionamento lateralizado de seus globos oculares.
REFERÊNCIAS
CUNNINGHAM, I.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5ª ed. 2014.
NEUROTRANSMISSORES. Disponível em: https://www.vittude.com/ neurotransmissores . Acesso em 01 de outubro de 2020
REECE, W.O. DUKES- Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 13ªed. 2017.
RETINA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Retina. Acesso em 01 de outubro de 2020
VISÃO CANINA. Disponível em: https://www.petz.com.br/blog/cachorros/visao-canina/. acesso em 01 de outubro de 2020.
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