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13 Abril
Belém
Curiosidade: o Boto Cor-de-Rosa da Amazônia
Autor: Jurupytan Viana
Confira

A palavra "Boto", provém do latim (buttis) e é utilizada para referenciar golfinhos, era comumente utilizada em Portugal, mas tem entrado em desuso nas últimas décadas, no Brasil, continua a ser utilizada principalmente para os gêneros Sotalia e Inia no norte do país.

O boto cor-de-rosa, corresponde a 3 espécies do gênero Inia e que apesar das semelhanças não é propriamente um “golfilnho comum”, pois não faz parte da família Delphinidae, sendo, portanto, considerado um “golfinho fluvial ou de água doce”. A coloração destes animais varia conforme a idade, quando juvenis se apresentam escuros, em tons de cinza, ficando mais claros ao longo de seu crescimento (MARTIN e SILVA, 2006).

 

A beleza resultante desta coloração acaba sendo prejudicial a esses animais, resultando em ações humanas e pesca predatória ilegal, devido crenças populares que conferem aos botos cor-de-rosa e seus órgãos, propriedades medicamentosas, afrodisíacas e “mágicas”, onde as duas primeiras não têm confirmação ou embasamento técnico-científica e a última, dispensa comentários.

Estes animais ainda sofrem ameaças à sua conservação, com a poluição dos rios, construção de barragens, assoreamento de lagos e canais, construção de portos, degradação dos habitats, ocasionais mortes por emalhe em redes de pesca e sua caça para a confecção de iscas para a captura da Piracatinga (TRUJILLO et al., 2011; FRIAS, 2014).

Além disso, a crescente interação com humanos, onde há alimentação dos botos como atividade turística, também pode ser considerada uma ameaça aos animais. Os animais nessas condições podem ficar agressivos uns com os outros, já que há um aumento da competição, alterando todo o comportamento social natural dos botos (ALVES et al., 2013).

            Esse animal que é símbolo da Amazônia, merece apreço maior por nossa geração, onde muito da cultura e do imaginário popular (positivo) que engradece e contribui para a preservação desses animais têm se perdido em meio a nossa massificação cultural. Quantos de nós, “amazônidas” sequer lembramos a “Lenda do Boto”.

 

 [...] “durante as festas juninas, o boto rosado aparece transformado em um rapaz elegantemente vestido de branco e sempre com um chapéu para cobrir a grande narina que não desaparece do topo de sua cabeça com a transformação. Esse rapaz seduz as moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio e, em alguns casos, as engravidando. Por essa razão, quando um rapaz desconhecido aparece em uma festa usando chapéu, pede-se que ele o tire para garantir que não seja um boto. Daí deriva o costume de dizer, quando uma mulher tem um filho de um pai desconhecido, que ele é "filho do boto". (Só história)

 

Que sejamos conscientes para permitir às gerações futuras, acesso a todos os milagres que nós tivemos oportunidade de acompanhar.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ALVES, L. C. P. S., ANDRIOLO, A., ORAMS, M. B., AZEVEDO, A. F. Resource defence and dominance hierarchy in the boto (Inia geoffrensis) during a provisioning program. Acta Ethologica, v. 16, p. 9-19, 2013.

BOTO COR-DE-ROSA. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/boto-cor-de-rosa ,  acesso em 07 de abril de 2020.

LENDA DO BOTO em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2020. Consultado em 07/04/2020 às 11:21. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/boto/

MARTIN, A. R.; SILVA, V. M. F. Sexual dimorphism and body scarring in the boto (Amazon river dolphin) Inia geoffrensis. Marine Mammal Science, n. 22, p. 25–33, 2006.

TRUJILLO, F., CRESPO, E., VAN DAMME, P., USMA, J.S. Plan de Accion para La Conservacion los Delfines de Rio em Sudamérica. Resumem Executivo e avances 2010-2020. WWF, Fundacion Omacha, WDS, WDCS, Solamac. Bogotá, D.C., Colômbia, 104 pp. 2011.

 

POR: PROF DR. JOSÉ LEDAMIR SINDEAUX NETO

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