03
Dezembro
Santarém
Edital para contratação de docentes
Estão abertas as inscrições do Processo Seletivo para docentes do curso de medicina veterinaria da UNAMA Santarém. Os candidatos deverão enviar o Currículo Lattes para o E-mail medicinaveterinaria.santarem@unama.br até o dia 11 de dezembro de 2020, ocasião em que será realizada análise e arquivamento no banco de dados da Instituição.
Mais informações no Edital abaixo.
02
Dezembro
Belém
Confira o texto do professor José Ledamir sobre o inverno e a hibernação dos ursos
O INVERNO E A HIBERNAÇÃO
POR: PROF. DR. JOSÉ LEDAMIR SINDEAUX NETO
Chegamos ao final de mais um ano, onde no norte associamos inevitavelmente a climas mais amenos, noites mais longas e muita, muita preguiça. Além claro de todo o espectro natalino que contribui para os melhores cenários possíveis de descanso e sonolência.
Você sabia que em condições de extremo frio os animais desenvolveram mecanismos incríveis de adaptação? Então leia tudo atentamente a seguir....
O corpo é uma máquina biológica que depende de intermináveis reações químicas para manutenção de suas atividades vitais, e estas por sua vez podem variar de acordo com as condições de temperatura a qual estão expostas, logo, a temperatura corporal é fundamental para a manutenção destes fenômenos.
Na natureza existem dois grandes grupos de animais divididos de acordo com suas características de termorregulação, ou seja, sua capacidade de regular através de mecanismos fisiológicos ou comportamentais sua temperatura corporal, sendo classificados como Pecilotérmicos ou Homeotérmicos.
Os Peixes, répteis e anfíbios são PECILOTÉRMICOS (ectotérmicos), também conhecidos como “animais de sangue frio”, o que não significa que tais animais não regulam a sua temperatura corporal, na verdade, eles se utilizam de aspectos relacionados ao ambiente em que vivem para realizar esse controle desde o ambiente externo até o interno (intracorpóreo), tecnicamente, todas as suas atividades metabólicas são diretamente proporcionais à temperatura a qual estão expostos ou se expõem de forma proposital.
Os mamíferos e as aves desenvolveram mecanismos pelos quais a temperatura corporal é mantida em um nível relativamente constante, “independente” (exceto em condições extremas) do ambiente e são classificados como HOMEOTÉRMICOS (endotérmicos) ou animais de sangue quente, o que significa que estes mantêm sua temperatura corporal constante, “apesar das variações ambientais” devido um controle intrínseco (HOMEOSTASE e TERMORREGULAÇÃO fisiológica).
Para controlar suas temperaturas, estes animais mantém uma elevada taxa metabólica, onde o principal resultado deste trabalho é o calor ou efeito calorigênico. Isso faz com que esses animais estejam constantemente em busca de alimentos e em movimento.
Os animais homeotérmicos, desenvolveram um mecanismo fantástico de adaptação e foram selecionados a partir deste, para resistir às intensas adversidades presentes nos períodos de invernos mais rigorosos, onde a escassez de alimentos e os extremos térmicos negativos seriam incompatíveis à sua capacidade de termorregulação, sendo conhecido como HIBERNAÇÃO.
A hibernação é um processo radical, onde as alterações envolvem não apenas as funções fisiológicas evidentes, mas também alterações celulares e subcelulares. Todas as funções fisiológicas são mantidas, embora a um nível reduzido e durante esse processo, a temperatura corporal é reduzida expressivamente a um nível compatível com a sobrevivência das espécies. Os animais entram em letargia e extrema sonolência e inatividade; a frequência respiratória e cardíaca reduzem aos níveis basais, e o metabolismo mantém-se apenas suficiente para a preservação vital destes animais.
Qualquer animal homeotérmico que permaneça inativo durante muitas semanas, com temperatura corporal inferior à normal, está em hibernação, embora as mudanças fisiológicas que acontecem durante o letargo sejam muito diferentes, de acordo com as diferentes espécies.
Os ursos, esquilos, marmotas, morcegos, hamsters e ouriços são alguns dos animais que hibernam.A hibernação pode durar desde algumas semanas até meses e durante este período o animal consome a gordura acumulada em seu corpo ou acorda de tempos em tempos para comer alimentos estocados. Estes animais também despertam periodicamente de seu estado dormente para urinar (os rins continuam a produzir urina), se hidratar e se aquecer (Quando a temperatura corporal cai a níveis próximos do congelamento, o animal desperta e reaquece rapidamente).
Diferente da gordura comum nos humanos e na maioria dos mamíferos (Tecido adiposo branco ou amarelo – unilocular), os animais hibernantes apresentam o tecido adiposo marrom (Pardo ou multilocular) que é uma fonte importante de termogênese. Algumas catecolaminas como a epinefrina e a norepinefrina estimulam o aumento do metabolismo do tecido adiposo marrom possibilitando a extração das reservas enérgétiocas ded forma eficaz a partir deste tecido.
A melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal (conhecida reguladora circardiana dos dias e noites), tem importante papel na regulação do metabolismo energético de animais hibernantes, nos quais o padrão de secreção anual de melatonina é responsável pela sincronização sazonal dos períodos de hibernação, determinando inclusive, de acordo com seu padrão de secreção o início e o fim da hibernação.
Nós, humanos, não hibernamos de forma natural, apesar de ficarmos mais letárgicos e sonolentos durante o inverno e períodos mais escuros (a glândula pineal tem importante papel aqui). Uma das principais razões para a ausência deste estado são características morfofisiológicas, onde destacamos inclusive nosso tipo de reserva gordurosa (Unilocular) e hábitos comportamentais e sociais que fizeram com que no decorrer da existência humana, fossemos selecionados negativamente em detrimento destes fatores ambientais extremos.
Devido as ações nocivas antrópicas, alguns animais têm alterado suas características hibernantes, pois não conseguem captar, caçar ou coletar alimento suficiente para resistir durante todo o período de inverno rigoroso, o que afeta negativamente a manutenção de muitas espécies. Uma outra realidade é o aquecimento global que têm transformado o clima de muitas regiões, obrigando a fauna da mesma a se adaptar ou seguir rumo a extinção.
REFERÊNCIAS
CUNNINGHAM, I.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5ª ed. 2014.
REECE, W.O. DUKES- Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 13ªed. 2017.
SERAPHIM, P. M.; SUMIDA D. H.; NISHIDE, F. Y.; LIMA, F. B.; CIPOLLA NETO, J.; MACHADO, U. F. A. 2000. A glândula pineal e o metabolismo de carboidratos. Archive Brazilian Endocrinol Metabolism, 44 (4): 331-338.
SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia Animal: adaptações e meio ambiente. 5ª ed. São Paulo: Livraria
Santos Editora, 2002.
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-animais-hibernam-por-que/
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160211_vert_earth_hiberna_humano_fd
17
Novembro
Belém
Confira o artigo escrito pela professora Lílian Ximenes
O presente artigo escrito pela professora Lílian Ximenes teve por objetivo relatar um caso clínico relacionando o uso da 36 termografia infravermelha (RI) associada à ozonioterapia como ferramentas 37 complementares para diagnosticar e tratar um processo inflamatório não infeccioso no 38 sistema locomotor de um cavalo-atleta da Amazônia.
A frequência cardíaca (FC), a 39 frequência respiratória (RR) e a temperatura retal (TR) foram medidas tanto em repouso 40 quanto após a caminhada. A avaliação radiográfica, a dosagem completa do hemograma e 41 da creatina fosfoquinase (CPK) foram realizadas.
O exame de IR foi realizado 42 adicionalmente e os termogramas foram analisados usando o Flir Tools. A ozonioterapia 43 foi realizada por via intramuscular na área escapular. Todas as comparações foramrealizadas utilizando ANOVA e teste de Tukey (5%).
O animal apresentou FC, RR e TR, 45 todos dentro dos limites da normalidade. Q
uando o animal foi levado a andar, demonstrou 46 dor e FC (48 batimentos.min-1) e RR (60 respirações.min-1). A dosagem de creatina 47 fosfoquinase foi de 79 UL-1 e o IR mostrou que a região torácica apresentava temperatura 48 superficial de até 39,1ºC, indicando processo inflamatório. Após a ozonioterapia houve 49 redução do padrão de cor branca de 39,1ºC para 37,2ºC. A termografia por infravermelho 50 é uma técnica eficiente que pode ser usada para o diagnóstico de inflamação e a terapia 51 com ozônio é um tratamento inovador. 52
17
Novembro
Belém
Ainda dá tempo de participar da avaliação institucional
Não deixe de particpar da Avaliaçao Institucional!
Juntos, podemos melhorar ainda mais !!
11
Novembro
Belém
Conservação de forragem: silagem
POR: PROF. NATALIA SIDRIM DA SILVA DE SOUZA
Para a produção de alimentos, uma das técnicas utilizadas para garantir uma nutrição de qualidade para os animais de produção é conservar a forrageira e fornecer no período desejado (geralmente no período da seca é uma das opções, pois nesse período, é comum a escassez e perda de qualidade nutricional).
A ensilagem é uma das opções e consiste no armazenamento em local anaeróbio para ocorrer o desenvolvimento de bactérias láticas. Esses micrororganismos irão fermentar dentro do silo (local onde a massa ensilada irá ficar) para conservar e inibir microrganismos indesejáveis, através da queda do pH por conta do ácido lático produzido.
Uma silagem de qualidade depende de fatores inerentes a planta como matéria seca (25% a 35% de MS), poder tampão (resistência que a massa ensilada possui em relação ao abaixamento do pH) e carboidratos solúveis em água (substrato para as bactérias láticas). Além desses fatores, as etapas da ensilagem que consistem em colheita da forragem, transporte, compactação e vedação do silo devem ser executadas o mais breve possível, pois a planta continua respirando e pode consumir todo o oxigênio presente no silo depois da vedação, garantindo assim um ambiente sem oxigênio e também ocorrem fenômenos bioquímicos quando a célula vegetal está respirando, consumindo nutrientes essenciais para a nutrição animal.
A busca de alimentos alternativos é importante para garantir o atendimento das exigências nutricionais dos animais, pois a sazonalidade diminui a quantidade e qualidade dos nutrientes, mas a demanda de nutrientes e energia dos animais é constante. O conhecimento dos princípios básicos para produção de silagem e das características da planta forrageira resultará uma fermentação eficiente e consequentemente uma silagem de qualidade, minimizando as perdas, maximizando a conservação de nutrientes e obtendo desempenho animal satisfatório.
Referência Bibliográfica:
MACÊDO, A. J. da S.; SANTOS, E. M. Princípios básicos para produção de silagem. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 22, n. 4, p. 147-156, out./dez. 2019.
11
Novembro
Belém
Acidentes que envolvem abelhas e cães
POR : PROF. JOSÉ LEDAMIR SINDEAUX NETO
Insetos da ordem Hymenoptera estão frequentemente associados a acidentes envolvendo animais domésticos, onde estes variam desde reações alérgicas locais (hipersensibilidade), ou dependendo do número de ferroadas e a quantidade de veneno inoculado no animal podem incluir quadros mais graves de toxicose, que consiste em uma reação tóxica sistêmica associada à várias picadas (LANGLEY, 2005; MARASCHIN, 2015; SCHIMIDT & HASSEN, 1996).
O veneno destes indíviduos, representados no Brasil principalmente pelas abelhas e marimbondos, pode induzir reações anafiláticas graves, e merecem atenção especial já que apresentam ferrão verdadeiro (aparelho inoculador de veneno) veneníferas anexas (VETTER et al., 1999).
As toxicoses caracterizam-se inicialmente por manifestações dermatológicas como pápulas e edemas circunscritos e localizados, evoluindo a quadros mais graves, onde o animal apresenta vômito, diarréia, sinais de choque e dificuldade respiratória (WALKER et al., 2005).
Nos cães, além dos quadros de choque e dificuldade respiratória, têm sido descritos casos de crise hemolítica, representadas pela morte e destruição rápida e acentuada de hemácias e que causam anemia aguda e frequentemente grave, porque o organismo animal não é capaz de produzir glóbulos vermelhos suficientes para substituir os destruídos em tempo hábil. Parte dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio (hemoglobina) é liberada na corrente sanguínea, o que pode causar doença renal (LITTLE , 2015).
Embora acidentes por abelhas ocorram com certa freqüência em animais domésticos, pouco se conhece sobre patogênese dessas reações de hipersensibilidade, onde a maioria dos médicos veterinários concordam em caracterizar os quadros mais graves como choque anafilático, que é uma reação alérgica aguda e grave, potencialmente fatal mediada por IgE (Imunoglobulina E).
A IgE medeia as reações de hipersensibilidade imediata, assim chamadas porque se desenvolvem dentro de segundos ou minutos após exposição ao antígeno. Se uma reação de hipersensibilidade imediata for sistêmica e com risco de morte, será chamada de anafilaxia alérgica ou choque anafilático (TIZARD, 2014).
De acordo com Fighera et al., 2007, entre 1965 e 2004, foram necropsiados mais de 4.800 animais no Laboratório de Patologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde apenas seis (06) morreram em decorrência de envenenamento por abelhas.
Acidentes em animais domésticos envolvendo ferroadas destes insetos, especialmente em cães é relativamente comum, no entanto são raros os quadros descritos na literatura que evoluem ao óbito.
Em casos de acidentes envolvendo abelhas ou outros insetos peçonhentos, procure com urgência auxílio de Médicos Veterinários e clínicas especializadas, cuide sempre do seu PET e evite contato do mesmo com locais com histórico de presença destes insetos.
REFERÊNCIAS
Bernd LA, Solé D, Pastorino AC, Prado EA, Castro FF, Rizzo MC et al. Anafilaxia: guia prático para o manejo. Rev Bras Alerg Imunopatol 2006;29:283-91.
Fighera, R. A.; Souza, T.M.; Barros, C.S.L.Acidente provocado por picada de abelhas como causa de morte de cães. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.2, p.590-593, mar-abr, 2007
Langley, R.L. Animal-related fatalities in the United Statesan update. Wilderness & Environmental Medicine, v.16, n.2, p.67-74, 2005.
Little M. Haematology emergencies. In: Cameron P, Jelinek G, Kelly AM, Brown A, Little M, eds. Textbook of Adult Emergency Medicine. 4th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2015:chap 13.
Maraschin, D. K. 2015. Intoxicações em cães. Medicina Veterinária. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
05
Novembro
Belém
Veja a importância de um bom manejo nutricional para caninos e felinos
No dia 03 de novembro de 2020, ocorreu palestra sobre um dos temas que mais crescem na medicina veterinária, alimentação de cães e gatos.
Nela a Dra Carol Martins abordou o interesse atual sobre novas alternativas alimentares para cães e gatos, a parte a rações comerciais convencionais, teve inicio devido a um grande recall ocorrido nos Estados Unidos entre março e abril de 2007. Nesta data a empresa canadense Menu Foods, a maior fabricante de rações da América do Norte, anunciou que retiraria do mercado 60 milhões de enlatados para animais. O motivo do Recall foi a morte de 16 animais (oficialmente confirmadas) com falência renal e hepática. Neste período, a FDA (Food and Drug Administration), agência responsável pela regulamentação de alimentos e medicamentos nos EUA recebeu mais de 14. 000 reclamações sobre animais domésticos com sintomas de perda de apetite, vômitos e apatia, os principais sintomas da intoxicação. O incidente assumiu grandes proporções a partir da identificação do agente causador, o glúten de trigo importado da China e contaminado com melamina (C3H6N6): composto orgânico, comumente produzido a partir da uréia, utilizado na indústria plástica (resina melaminaformaldeído), além de constituir subproduto de vários pesticidas, inclusive da ciromazin.
05
Novembro
Belém
Semana de imersão na medicina veterinária