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27 Abril
Belém
Aluna produz texto sobre Baleia Azul. Confira-o na íntegra
Por Maria Aquime

Baleia Azul: O jogo está lançado

Por Ana Victória Andrade Gomes, aluna do 3] semestre de Psicologia da UNAMA

Nos dias atuais o desafio da baleia azul tem sido o assunto mais falado e discutido em redes sociais e em programas televisivos. E a pergunta de muitos tem sido quase que a mesma: “O que leva essas crianças, adolescentes e jovens e participarem desse desafio suicida?”.

Primeiramente é necessário  fazer uma breve caminhada sobre a estrada do saber e se ver um pouco da introdução sobre depressão e do suicídio na visão psicanalítica na psicologia.

A Depressão  é uma sensação  de vazio, acordar e dormir com sentimentos de tristeza, desesperança, desamparo, culpa, pensamentos de punição, negativos, sem estímulos para atividades externas. A depressão é uma doença seria e delicada. E infelizmente é o mal do Séc. XXI. Hoje, com toda essa modernidade, quase todas as pessoas se encontram dependentes de serem vistas e adoradas por outras e quando isso não acontece, quando essa atenção dependente não se mostra para o outro, o mesmo acaba ficando desorientado. As bases que foram formadas antigamente, hoje já são banalizadas de tal forma que você não sabe quem é filho e quem é pai.

Com todo esse vazio de amor fraterno, de amizades reais, de calor físico e de olhos nos olhos, as pessoas se perdem na imensidão tecnológica que umas vêm para o bem e muitas outras vêm para o mal.

Como um exemplo dessa onda do mal, temos um grupo Russo dando origem, em 2015, ao desafio da Baleia Azul, como é conhecido hoje aqui no Brasil.

Para os que ainda não conhecem este desafio, o mesmo consiste em um jogo de 50 tarefas. Essas tarefas são bizarras, como fazer desenhos no corpo com objetos cortantes e assistir o dia inteiro filmes de terror, entre muitas outras atividades que expõe os participantes ao risco de vida. E o objetivo do jogo é que a pessoa cometa o suicídio. Caso os participantes não cumpram as tarefas, recebem ameaças dos “Curadores”, nomenclatura destinada aos mentores e ditadores das regras do jogo.

Conforme uma entrevista feita pelo site “Diário dos Campos”, com a Psicóloga ponta-grossense, Mylene Laidane, as pessoas que criaram e mantêm o jogo têm um perfil igualmente preocupante. “São pessoas sádicas, que se divertem vendo o sofrimento de outras pessoas.”

Com a Era da tecnologia, vemos de uma forma muito evidente as relações se tornarem liquidas. As relações hoje em dia podem ser muito bem desfeitas rapidamente, como: namoros, casamentos, de amizade e o pior de tudo, relação entre família.

É tanto trabalho em pouquíssimo tempo, são tantos problemas a serem resolvidos fora e dentro de casa, são tantas ausências tentando serem presentes via celular, computador, redes sociais, que se torna algo muito preocupante para o meio da psicologia. E sim, este jogo deve se tornar um alerta para as famílias que têm adolescentes e crianças ao redor.

Pais. Cuidadores. Responsáveis. Olhem mais para seus jovens, prestem atenção no que fazem na internet, procurem conversar, escutar as dores de seus filhos e parentes. Depressão não é “frescura”. Depressão é doença. É o aviso de que algo não esta certo com aquela pessoa. Tomem consciência da situação, tenham paciência. Eles precisam de vocês.

São esses jovens que estão sendo manipulados nas mãos dessas pessoas más. São esses jovens vulneráveis a uma “mão amiga” que lhe dê atenção e que lhe entenda, são esses jovens tristes que não se acham entendidos pela família, que não querem mais continuar a sofrer nessa vida porque pedem tanto ajuda da forma deles, e ninguém os escuta, são esses jovens que estão se perdendo nesse meio e se tornando presa fácil para esses tipos de seres humanos.

Então fiquem alerta! A Sociedade precisa dessas crianças e adolescentes para ter a sua continuidade.

*Incitar o suicídio é crime, previsto no artigo 122 do Código Penal, com pena de dois a seis anos de detenção caso o mal se consuma, ou de um a três anos se resultar em lesão corporal de natureza grave.