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04 Agosto
Belém
Vocês conhecem a Teoria do Link?
Autor: Dirceu Santos
Confira

Alguns pesquisadores de diversas áreas vem estudando correlações significativas entre abuso de animais, abuso e negligência de crianças, violência doméstica, abuso de idosos e outras formas de violência.  Eles veem o abuso de animais como um indicador sentinela, "a ponta do iceberg" e, muitas vezes, o primeiro sinal de outras violências familiares e comunitárias.

Portanto, maltratar animais não é mais visto como um incidente isolado que pode ser ignorado: geralmente é um indicador de crime e um sinal de alerta de "bandeira vermelha" de que outros membros da família podem não estar seguros. Chamamos isso de interconexão de diferentes formas de violência, abrangendo espécies, ou Teoria do link. Essa teoria, é inclusive utilizada como base para investigações feitas pelo Federal Bureau Investigation – FBI.

Uma pesquisa científica, por exemplo, revelou que 71% de mulheres (vítimas mais comuns da violência doméstica) que procuraram abrigos públicos para se proteger, presenciaram seu companheiro tentando ferir ou matar seus animais de estimação (NASSARO, M.R.F., 2013). E em pesquisas realizadas por psiquiatras em penitenciárias norte-americanas, criminosos descreveram os motivos para a realização desses atos seria para controlar o animal ou punir um comportamento, satisfazer um preconceito contra espécie ou raça (cobras, ratos, gatos pretos, expressar agressão, chocar as pessoas como forma de diversão, vingança de outra pessoa, descarregar sua raiva de uma pessoa no animal e até por sadismo.

Sabendo portanto que existe um Link, as agências envolvidas na prevenção da violência familiar precisam trabalhar juntas para obter uma resposta mais eficaz e que abranja as espécies.

Nesse contexto o médico  veterinário  possui  condições  para  reconhecer lesões não acidentais, o que possibilita a identificação  de  uma  forma  de  agressão  contra  o  animal  e  um possível elo com a violência doméstica, podendo através  do cliente chegar ao agressor e quebrar um ciclo de violência, já que é um dos primeiros profissionais a  terem contato  com  um  animal maltratado (ARKOW, P., 2015).

No entanto, faz-se necessário ainda para a quebra do ciclo da violência que em caso de maus-tratos à animais seja realizada denuncia através da ligação telefônica para o número 190, quando houver flagrante, ou, registro de Boletim de Ocorrência (B.O.), em caso de crime já ocorrido.

Dra. Gabrielle Cardoso

 

 

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