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06 Julho
Belém
O sentido da audição nos animais
Autor: Jurupytan Viana
Confira o texto

POR: PROF. DR. JOSÉ LEDAMIR SINDEAUX NETO

O som é uma onda mecânica, logo não se difunde no vácuo, pois necessita de algum material para que haja propagação, seja ele sólido, líquido, gasoso ou partículas em suspensão. O fenômeno pelo qual os animais são capazes de receber e processar essa onda mecânica é a audição, um dos cinco sentidos primordiais (visão, audição, tato, olfato e paladar).

A captação e direcionamento do som ocorre através das orelhas nos mamíferos terrestres, já os mamíferos aquáticos, répteis, anfíbios, aves e peixes não a possuem, apresentando um complexo auditivo que tem como principal órgão, o ouvido interno. O som se propaga desde a orelha e ouvido externo até o ouvido médio, onde as vibrações causadas pelo som chegam a membrana timpânica, que por sua vez transmite a vibração para minúsculos ossículos (martelo, bigorna e estribo), que causam perturbações em líquidos da cóclea, onde são traduzidos de ondas mecânicas/ vibrações em estímulos nervosos no órgão de “Corti”, seguindo até o Córtex Cerebral onde estes sons serão processados e "compreendidos".

Por se tratar de uma onda mecânica, que depende de vibrações/perturbações para se propagar, a capacidade de captar e processar esse som, depende da intensidade (pressão sonora = força sobre área) e da frequência sonora, que equivale ao número de ciclos por segundo e que é medido em Hertz (Hz). No caso de nós, humanos, a frequência audível varia entre 20 Hz e 20 000 Hz, logo, os sons o que estão abaixo de 20Hz são considerados infrassons e acima de 20 000Hz ultrassons (igual ao dos equipamentos diagnósticos ou terapêuticos, mas fica para uma próxima matéria.

Nos animais, o espectro audível varia de acordo com a espécie, no caso dos mamíferos, alguns podem captar e processar frequências desde 12 Hz (Elefantes) até 160.000Hz (Golfinhos), confome a imagem abaixo:

Os demais animais, répteis, anfíbios peixes e aves apresentam singularidades, que serão apresentadas a seguir.

Os répteis não apresentam orelha, mas podem apresentar conduto auditivo externo que fica abaixo de uma dobra da pele e bilateral. Possuem ouvido médio com tímpano, e a audição interna funciona de forma semelhante aos mamíferos.

Os peixes apresentam sistema auditivo primitivo e rudimentar, não possuem ouvidos médio e externo, e se os tivessem, seriam ineficazes em ambiente aquático. Os peixes também não têm órgão de Corti. Seu aparelho auditivo dispõe apenas de dois ouvidos internos alojados na lateral do crânio e conectados com o nervo auditivo, e que basicamente auxiliam no equilíbrio e sons mais graves (30 a 3000Hz). As vibrações nos peixes são captadas e processadas principalmente a partir da linha lateral, órgão sensitivo disposto em bilateralidade desde o opérculo até a nadadeira caudal.

Nos anfíbios, o ouvido interno é semelhante ao dos peixes, porém, também possuem ouvido médio que fica repleto de ar e comunica-se a superfície do corpo. A abertura exterior do ouvido médio tem uma membrana timpânica. E o fenômeno de transformação de onda mecânica em estímulo nervoso ocorre semelhante aos demais animais.

Nas aves, a audição é altamente desenvolvida, captando e interpretando frequências entre 35 e 9.000 Hz, chegando a distinguir amplitudes sonoras melhor que os humanos, devido uma quantidade dez vezes superior de células ciliadas por unidade de comprimento coclear do que a encontrada nos mamíferos. Os orifícios auditivos estão em alturas diferentes dos dois lados do crânio; o ouvido externo das aves, desemboca na membrana timpânica e a partir de então o fenômeno auditivo ocorre de forma semelhante aos descritos anteriormente. De cada ouvido médio, uma trompa de Eustáquio dirige-se até a faringe, sendo que os dois possuem uma abertura comum no palato (porção superior/cranial da cavidade oral).

 

 

REFERÊNCIAS

 

CHAVES, A.C.P. O SENTIDO DAS AVES.. COBRAP. 2004. Disponível em: http://blog.cobrap.org.br/artigos/o-sentido-das-aves-508. Acesso em: 06 de julho de 2020

COMO É A AUDIÇÃO DOS PEIXES? Disponível em: https://pescaalternativa.com.br/como-e-a-audicao-dos-peixes. Acesso em: 06 de julho de 2020

CUNNINGHAM, I.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5ª ed. 2014.

GARDNER, W. D.; OSBURN, W. A. (1973). Structure of the human body. [S.l.]: Saunders Limited

MARCONDES, M. Semiologia do sistema nervoso de pequenos animais. In: FEITOSA, F.L.F. Semiologia veterinária: a arte do diagnóstico. São Paulo: Roca, 2008. p.411-460.

OS RECEPTORES AUDITIVOS. SÓ CIÊNCIAS - Reino dos Animais. Disponível em:  https://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/sentido4.php#:~:text=Audi%C3%A7%C3%A3o%20dos%20anf%C3%ADbios,%C3%A9%20guarnecida%20pela%20membrana%20timp%C3%A2nica. Acesso em: 06 de julho de 2020

REECE, W.O. DUKES- Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 13ªed. 2017.

 

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