25 Novembro
Belém
O QUE É A TERMORREGULAÇÃO?
Autor: Brenda Lopes
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                                                                                                             O QUE É A TERMORREGULAÇÃO?

POR: PROF. JOSÉ LEDAMIR SINDEAUX NETO

O organismo animal funciona sob sucessivos processos físico-químicos que dependem invariavelmente da temperatura, logo, os animais necessitam de estratégias que permitam regular a troca de calor de seus corpos.

Temperaturas inferiores a 38 °C tornam os processos metabólicos mais lentos e podem comprometer algumas funções orgânicas, e conforme reduzem a médias inferiores a 34 °C inibem a capacidade do animal de regular sua própria tendendo à hipotermia e podendo causar a morte do animal.

Já a hipertermia, corresponde à incapacidade do organismo de promover adequadamente e compensatoriamente a troca de  calor com o ambiente externo de forma natural, bem como  a incapacidade de reduzir e manter a produção interna de energia térmica a um patamar aceitável, como ocorre em casos de febre, podendo gerar aumentos na temperatura de até 45 °C e que costumam ser fatais.

Para evitar oscilações das funções causadas pela temperatura, os mamíferos e as aves desenvolveram mecanismos pelos quais a temperatura corporal é mantida em um nível relativamente constante, independentemente da temperatura ambiente. Os mamíferos e as aves são classificados como homeotérmicos (endotérmicos) ou animais de sangue quente. Os animais pecilotérmicos (ectotérmicos) ou animais de sangue frio têm temperaturas corporais que variam com a temperatura ambiente (DUKES).

Os animais apresentam grande variação de temperaturas corporais, que estão relacionadas desde suas classes até o ambiente em que vivem. Por exemplo:

Os Peixes, répteis e anfíbios são PECILOTÉRMICOS, também conhecidos como “animais de sangue frio”, o que não significa que tais animais não regulam a sua temperatura corporal, na verdade, eles se utilizam de aspectos relacionados ao ambiente em que vivem para realizar esse controle desde o ambiente externo até o interno (intracorpóreo). Muitos répteis se valem do dia e calor do ambiente em que vivem, para aquecer seus corpos em rochas, ou expostos diretamente à radiação solar com o objetivo de aumentar sua temperatura corporal, inclusive controlando suas médias de acordo com o momento dia (início das manhãs e final das tardes) enquanto que durante períodos ambientais mais frios (noite), estes se abrigam em covas ou sob rochas com o intuito de manterem-se aquecidos.

Já os Mamíferos e as aves são HOMEOTÉRMICOS, o que significa que estes mantêm sua temperatura corporal constante, “apesar das variações ambientais” devido um controle intrínseco (Homeostase e termorregulação fisiológica). Para controlar suas temperaturas, estes animais mantém uma elevada taxa metabólica, onde o principal resultado deste trabalho é o calor ou efeito calorigênico. Isso faz com que esses animais estejam constantemente em busca de alimentos e em movimento.

Durante as atividades com maior esforço físico, a produção de calor metabólico pode aumentar mais de dez vezes e necessita obrigatoriamente ser dissipado para o ambiente das mais diversas formas, dentre as quais podemos destacar:

Os ajustes circulatórios, pois os Tecidos são péssimos condutores térmicos e o Calor é transferido através do sangue, que realiza a distribuição do calor corporal e auxilia na regulação do mesmo.

Por exemplo, quando o animal sente calor, mas o ambiente está mais frio, o sangue circula nos tecidos periféricos que estejam mais próximos ao ambiente e que possam efetuar transferência de calor com o ambiente, reduzindo a temperatura do mesmo.

            Outro mecanismo de termorregulação é a perda de calor por evaporação. Cerca de 25% do calor produzido por um animal em repouso são perdidos quando a água é eliminada por meios imperceptíveis. As perdas de calor por evaporação aumentam com a transpiração e a respiração ofegante.

Essa respiração ofegante é efetiva para dissipar o excesso de calor, pela maior circulação de ar no aparelho respiratório. A respiração ofegante é mais efetiva nos cães, mas também é observada em outros animais domésticos.

            É importante destacar que existem mecanismos que auxiliam na termorregulação relacionada ao frio, que por sua vez ativa mecanismos de aquecimento do corpo. A manutenção do calor corpóreo ocorre graças a redução da perda ou através de mecanismos que gerem mais calor, para compensar o que é perdido.

Quando os animais instintivamente enrolam-se sobre o corpo ao deitarem é um mecanismo de reduzir a perda de calor, pois reduz a superfície exposta ao frio.

A circulação de sangue periférica tende a reduzir (vasoconstrição periférica) diminuindo a troca de calor com o ambiente e conservando maior temperatura no animal.

O calor também é conservado pela disposição dos vasos sanguíneos profundos que irrigam os membros dos animais, onde o calor é transferido das artérias para as veias em um mecanismo de contracorrente.

            Em casos mais extremos de perda de calor, que possam aproximar os animais de temperatura corporais críticas, alguns mecanismos podem ser utilizados, como os Calafrios, que são reações às sensações de frio e que estimulam contrações musculares involuntárias, onde de 30 a 50% da energia da contração muscular é convertida em calor, sendo portanto útil à elevação térmica.

 

REFERÊNCIAS

 

BLAKE M. How to Take Your Dog's Temperature. Disponível em: https://dogs.lovetoknow.com/dog-health/how-take-your-dogs-temperature, acesso em: 15 de novembro de 2020.

CUNNINGHAM, I.G. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5ª ed. 2014.

REECE, W.O. DUKES- Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 13ªed. 2017.

SMITH L. Bad Breath in Dogs – Everything You MUST Know! Disponível em: https://www.yoursadorably.com/bad-breath-in-dogs-everything-you-must-know/ , acesso em: 15 de novembro de 2020.

 

 

 

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