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20 Abril
Belém
Curiosidade: peixes ornamentais amazônicos
Autor: Jurupytan Viana
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A Amazônia apresenta a mais extensa rede hidrográfica do mundo, desde os andes peruanos até sua foz no oceano atlântico, ao norte do Brasil, possuindo rios e afluentes que se dispersam por uma área com mais de seis milhões de metros quadrados (Brasil, 2014).

A maior diversidade de peixes de água doce do mundo está localizada na Bacia Amazônica, superando a marca de 3.000 espécies (Reis et al., 2016), sendo aproximadamente 400 espécies aproveitadas como peixes ornamentais, e responsáveis por mais de 90% de todos os peixes ornamentais importados pela América do Norte, Europa e Ásia (Chao, 1998, 2001; Montag et al., 2008), apesar da INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERMINISTERIAL No 001 , DE 3 JANEIRO DE 2012 , que estabelece normas, critérios e padrões para a explotação de peixes nativos ou exóticos de águas continentais com finalidade ornamental ou de aquariofilia, listar 725 espécies como ornamentais.

O comércio de peixes ornamentais no Brasil teve início com as espécies de água doce da região amazônica através da descoberta do cardinal (Neon), Paracheirodom axelrodi Schultz, 1956, por Herbet Axelrod; uma das características intrínsecas desta região é a alta diversidade de espécies com grande variedade de cores e formas exóticas. Esta diversidade se dá por uma série de características peculiares ao bioma amazônico como, por exemplo, seus vários tipos de ecossistemas (Chao, 2001; Santos & Santos, 2005; Diniz et al, 2006).

Além do Cardinal, listamos a seguir algumas dos principais representantes comercializados: o rodóstomo (gênero Hemigrammus ou Petitella), o rosacéu (Hyphessobrycon sp.) a borboleta (Carnegiella sp.) piranhas (Serrasalmus spp.) sorubim tigre (Merodontotus tigrinus ), corcundinha (Charax gibbosus ), discus ( Symphysodon spp.), coridoras (Corydoras spp), Ituís (gêneros Apteronotus, Gymnotus, Brachyhypopomus e Eigenmannia), Mandi anão (Pimelodus pictus), Acará bandeira (Pterophyllum scalare) entre outros (CHAO et al.,2001; ANJOS et al., 2007).

A pesca ornamental é uma das atividades extrativistas ambientalmente mais “sustentáveis”, quando comparada à outras atividades de grande impacto como a extração de madeira e mineração. Essa atividade sofre com muitas variáveis, devido à alta mortalidade dos peixes desde a sua captura até seu destino final, além decompetir com peixes produzidos pela aquicultura ornamental (menos comum no brasil).

Existem poucos estudos recentes sobre a cadeia produtiva de organismos aquáticos ornamentais no Brasil. É importante salientar que a pesca extrativista de peixes ornamentais deve ser fiscalizada com intuito de garantir a sustentabilidade desta atividade, assegurando que os recursos não sejam ameaçados por ação antrópica.

 

POR: PROF. DR. JOSÉ LEDAMIR SINDEAUX NETO

 

 

REFERÊNCIAS

ANJOS, H.D.B; SIQUEIRA, J.A.; AMORIM, R.M.S. Comércio de peixes ornamentais do Estado do Amazonas. Boletim da Sociedade Brasileira de Ictiologia, Rio de Janeiro, 87: 4-5.2007.

ANJOS, H.D.B.; AMORIM, R.M.S; SIQUEIRA, J.A.; ANJOS, C.R. Exportação de peixes ornamentais do estado do Amazonas, bacia amazônica, Brasil. B. Inst. Pesca, São Paulo, 35(2): 259 - 274, 2009.

CHAO, N. L. The fishery, diversity, and conservation of ornamental fishes in the rio Negro Basin, Brazil - A review of Project Piaba (1989-99). Pp. 161-204. In: CHAO, N. L; G. PRANG, L. SONNESCHEIN & M. TLUSTY (Eds). Conservation and management of ornamental fish resources of the rio Negro Basin, Amazonia, Brazil - Project Piaba. Manaus, Editora da Universidade do Amazonas, 2001. 310 p. 

COMÉRCIO BRASILEIRO DE PEIXES ORNAMENTAIS. Disponívem em: https://panoramadaaquicultura.com.br/comercio-brasileiro-de-peixes-ornamentais/. Acesso em: 17 de abril de 2020.

DINIZ, M.B.; DINIZ, M.J.T.; SANTOS, R.B.; FILGUEIRAS, G.C.F.C. Atividade pesqueira na amzônia: limites e possibilidades para o desenvolvimento local. XLIV CONGRESSO DA SOBER. 2006

MONTAG, L.F.A.I; FREITAS, T.M.S.; WOSIACKI, W.B.; BARTHEM, R.B. Os peixes da Floresta Nacional de Caxiuanã (municípios de Melgaço e Portel, Pará - Brasil) Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi Cienc. Nat. v.3 n.1. 2008.

REIS, R. E., ALBERT, J. S., DI DARIO, F., MINCARONE, M. M., PETRY, P., ROCHA, L. A. Fish biodiversity and conservation in South America. Journal of Fish Biology. 89 (1): 12-47. 2016.

 

 

 

 

 

 

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